A hemodiálise (HD) é um processo de filtração do sangue que remove o excesso de líquidos e metabólitos através de um dialisador (rim artificial) usado para depurar o sangue.
A notícia de que precisa realizar o tratamento de hemodiálise geralmente causa um impacto emocional no paciente e também na família. O medo frente ao desconhecido se faz presente. O fato de precisar comparecer à clínica de diálise três vezes na semana e permanecer por quatro horas para realização do tratamento muda a rotina familiar. O paciente pode sofrer alterações em relação ao trabalho, vida social, vigor físico, estabilidade econômica, vida sexual, na autonomia, imagem corporal e alimentação. Essas mudanças geram uma dor emocional, que é pessoal e intransferível, que diz respeito a uma pessoa com a sua história e que requer enfrentamento.
A primeira estratégia a ser desenvolvida é tornar “esse desconhecido”, conhecido, buscando orientações, informações e esclarecendo dúvidas junto à equipe de diálise.
Ponto positivo: nesse momento há um tratamento a ser feito e que seguido corretamente, vai possibilitar que o paciente viva bem e com qualidade. A máquina de diálise, a equipe de saúde, são aliadas do paciente na sua caminhada, assim como a família. Comparecer às sessões de diálise significa poder dar continuidade aos seus projetos, seus sonhos, a sua vida.
As pessoas muitas vezes não sabem que possuem repertório comportamental de enfrentamento, porque não exercitam, ou porque simplesmente não identificam.
Algumas dicas de estratégias que podem ajudar nesse momento:
• Verificar numa escala de 0 a 10, sendo que o zero significa nenhuma motivação e 10 completamente motivado, como está a sua motivação para realizar o tratamento.
• Utilizar sinalizadores que indiquem em que horários, lugares, situações, estado de humor, dia da semana que a motivação diminui e buscar atividades concorrentes que sejam prazerosas, nessas situações.
• Listar os pontos positivos de realizar o tratamento.
• Focar nos ganhos, não nas perdas.
• Estabelecer metas na sua vida, a curto, médio e longo prazo.
• Não procurar tirar dúvidas e buscar informações com amigos e conhecidos que não sejam da área, pois podem por desconhecimento prejudicar o tratamento e consequentemente o paciente.
• Procurar suporte da equipe de diálise sempre que necessitar. Questões de ordem emocional procure o psicólogo.
Por: Terezinha de Jesus Cordeiro Lourenço / Psicóloga CRP 12/02906