A obesidade infantil já pode ser considerada uma doença crônica. Para conscientizar a população sobre os cuidados para combater esta doença, que vêm afetando milhares de crianças no mundo todo, foi estabelecido a data de 03 de junho como o Dia da Conscientização Contra a Obesidade Mórbida Infantil.
A Organização Mundial da Saúde – OMS aponta que em 2018 a prevalência de sobrepeso e obesidade entre crianças e adolescentes, de 5 a 19 anos, aumentou de 4% em 1975 para pouco mais de 18% em 2016. O número de crianças com excesso de peso com menos de cinco anos já era mais de 41 milhões no mundo, somente em 2016.
Ao mesmo tempo que, ocorre a diminuição de crianças e adultos com desnutrição, também aumentou a prevalência de sobrepeso e obesidade na população mundial. “A obesidade infantil é resultado de inúmeros fatores ambientais, genéticos e biológicos. A mudança no estilo de vida das famílias, com o fácil acesso a alimentos altamente calóricos e industrializados, e a falta de atividades físicas, onde as crianças permanecem mais tempo em casa, são os principais fatores que resultam no sobrepeso infantil”, comenta a nutricionista da Fundação Pró-Rim, Juliana Malinovski.
Vida moderna
O sedentarismo não deve mais ser apenas associado aos adultos. A quantidade de crianças que hoje dedicam mais tempo aos aparelhos eletrônicos, como celular, televisão e computadores, colabora com os índices de obesidade infantil. Além disso, a qualidade e a quantidade de sono das crianças também estão comprometidos. “A duração curta do sono pode desencadear alterações hormonais os quais regulam o apetite”, complementa a nutricionista.
Doenças na fase adulta
Além de reduzir a qualidade de vida das crianças, a obesidade pode trazer doenças como a diabetes, hipertensão, doenças cardiovasculares e a doença renal crônica, tanto na infância quanto na idade adulta. “Atitudes saudáveis que podem ser aprendidas na infância impedem positivamente o aumento da incidência de diabéticos, hipertensos e doentes renais no futuro”, relata o Dr. Artur Wendhausen, nefropediatra da Pró-Rim.
>Você tem cuidado da saúde renal do seu filho? Saiba como prevenir esta doença crônica.
A prevenção à obesidade é mais eficaz quando iniciadas ainda na idade escolar e mantidas na adolescência, com a adoção de uma boa alimentação e hábitos saudáveis. “É comprovado que uma alimentação saudável desde a infância pode prevenir o aparecimento de doenças renais. Basta ter um pouco de planejamento para montar um cardápio variado e saudável”, complementa a coordenadora do setor de Nutrição da Pró-Rim, Jyana Gomes Morais Campos.
Prevenção à mesa
Uma alimentação saudável, alinhada com outros hábitos, pode prevenir a obesidade infantil. Consumir alimentos in natura e evitar produtos industrializados, tipo fast food, ricos em açúcares e gorduras saturadas, deve ser o primeiro passo. “Alimentos industrializados apresentam baixo valor nutricional e são ricos em sódio e demais conservantes, elementos extremamente perigosos à saúde. O importante é comer comida de verdade e não esquecer da água para manter os rins saudáveis e também para equilibrar o peso”, alerta a nutricionista Jyana.
Confira outras dicas da especialista para prevenir a obesidade nas crianças:
– Controle o consumo excessivo do sódio, presente nos salgadinhos, sucos de caixinha e demais produtos industrializados;
– Estimule a prática de atividades físicas. A dica aqui é sugerir as “brincadeiras de rua”, como pega-pega, esconde-esconde, jogar bola;
– Fique de olho na diabetes;
– Estimule a criança a consumir água;
– Faça a aferição da pressão arterial nas consultas de rotina nas crianças a partir de 3 anos de idade.
Exemplo em casa
A rotina corrida de pais e filhos tem tirado o hábito de se sentar a mesa para realizar as refeições. “Esse momento é parte essencial deste processo. Se não é possível fazer essa reunião em família durante o almoço, o jantar pode cumprir este papel”, comenta a nutricionista Jyana.
O planejamento para montar um cardápio variado e saudável também deve estar presente na vida da família. Oferecer opções saudáveis em casa e na lancheira das crianças, evita com que elas não optem pelo consumo de “besteiras”. “O estilo de vida saudável começa no lar. Pais que se alimentam de forma adequada em casa dão exemplo para seus filhos”, enfatiza a nutricionista.
Brincando e aprendendo
Se você tem dificuldade em estimular seus filhos a adotar hábitos saudáveis, conheça o Quadro de Incentivo. O jogo estabelece o cumprimento dos hábitos, como a prática de exercícios físicos e o consumo de frutas, com o ganho das “estrelinhas” em cada tarefa concluída. Assim, o processo de aprendizagem e adequação ao novo comportamento aconteça de maneira didática e lúdica. Conheça mais sobre o Quadro de Incentivo “Hábitos Saudáveis”, clicando aqui.
Setor de Comunicação
03/06/2019