Alvacir da Rocha Riola, tem 50 anos e mora em Jaraguá do Sul (SC). Como paciente renal crônica passou a metade da vida em hemodiálise. Ela conta que quando descobriu a doença renal estava grávida e com apenas 10% dos rins em funcionamento, seu estado de saúde se apresentava muito grave. Mesmo assim, era só o começo do que estava por vir.
Drama familiar
“Naquela fase a vida se transformou num drama familiar. A minha primeira filha já estava com oito anos e precisando muito de mim. Alguns médicos sugeriram a interrupção desta gravidez inesperada. Não aceitei e decidi levar adiante. Estava muito assustada com tudo o que me acontecia, mas nunca pensei em deixar de lutar pela vida do meu filho. Também não queria fazer hemodiálise estando grávida, pois naquela época o tratamento era muito precário e não havia a qualidade de hoje”, relata. No entanto, ao completar sete meses de gravidez Alvacir se viu obrigada a fazer cesariana de emergência, acreditando na possibilidade de a criança sobreviver.
“Meu bebê nasceu perfeito, embora com apenas um quilo e 200 gramas. A partir daí decidi enfrentar a hemodiálise e tudo o que ainda viria se apresentar”.
Enfrentamento
Ela enumera um cenário de extrema dificuldade: falta de dinheiro, saúde comprometida e dois filhos pequenos para criar. “Então, depois das sessões de hemodiálise, passei a trabalhar como sacoleira e vendia de tudo para ajudar nas despesas. Chegava em casa exausta, todos os dias, mas nunca reclamava”, recorda a paciente renal.
Mais dificuldades
“Naquele tempo sofri três paradas cardíacas por edema agudo e passei pela UTI. Depois, quando o meu filho completou oito anos descobri que ele tinha diabetes tipo 1. Fiquei muito abalada. Mesmo assim, encontrei forças para superar tudo isso e sobrevivi. Não perdi a fé e continuei firme, vivendo um dia de cada vez e confiando sempre em Deus que me sustenta todos os dias, apesar de tudo” descreve.
Ela continua: “Sempre tenho momentos alegres com a minha família, meus filhos, meus irmãos, meus pais, amigos especiais e a igreja, onde manifesto a fé. Minha filha Geanne Marília hoje tem 32 anos, meu filho Rolf Roberto já completou 24 anos e minha netinha Victoria fez 2 anos e 7 meses. Isso para mim é uma vitória emocionante. Faço parte da assistência social da Igreja, juntamente com meu marido. Participamos do Círculo de Oração das Irmãs na Igreja. Visitamos pessoas que precisam de conforto espiritual”.
Transplante
Sobre planos imediatos para o futuro, Alvacir responde sem pensar muito: “Tomei a decisão de fazer o transplante renal, porque com o tempo de hemodiálise há o desgaste ósseo importante devido à perda de cálcio e fósforo. Com isso as dores são mais frequentes e mais fortes, pois tenho um painel alto de rejeição. Agora é só uma questão de tempo”, aguarda esperançosa.
Ela garante que apesar de tudo é muito feliz. “Encaro a vida com alegria sabedoria e graça. Para quem enfrenta problemas como os meus, recomendo sempre: nunca perca a fé, a esperança e o amor e creia que vai dar tudo certo. Nunca imaginei que viveria todo esse tempo. Mas Deus me acrescentou muitos anos de vida”.
Gratidão
Para finalizar, Alvacir manifesta agradecimentos: “À toda equipe da Fundação Pró-Rim e do CTDR de Jaraguá do Sul, aos médicos, enfermeiros, técnicos, todos em geral, pois são especiais para mim. Uma palavra define tudo o que sinto pela vida: gratidão”.
Léo Saballa
Comunicação – Fundação Pró-Rim