Eva perdeu a função renal com 24 anos e desde então a hemodiálise faz parte da sua vida.
Eva Lozeiko Wischral comemora em dois de setembro, 33 anos de hemodiálise. Ela tem 58 anos e mora em São Bento do Sul (SC). Começou a fazer o tratamento em 1987, mesmo ano em que a Fundação Pró-Rim iniciou as suas atividades na matriz, em Joinville. São raros os registros de pacientes com esta longevidade em hemodiálise. Na época, Eva tinha 24 anos e chegou em estado grave ao Hospital Municipal São José de Joinville, em decorrência de um aborto espontâneo. Os exames então diagnosticaram a insuficiência renal crônica, por conta de necrose cortical.
Naquela época, para fazer hemodiálise, a paciente precisava viajar para Joinville três vezes por semana. Saía de casa pela manhã e só retornava por volta das 22 horas. Depois, comemorou a inauguração da unidade da Pró-Rim em São Bento do Sul, em 2001. “A partir daí a minha vida melhorou muito. Reduziu o desgaste físico em razão de não precisar mais do transporte para fazer a hemodiálise. Até o tratamento se tornou prazeroso, com a alegria e humanização que recebo da equipe dedicada da Fundação Pró-Rim”.
Dificuldades
A vida de Eva foi repleta de dificuldades. Chegou a fazer um transplante de rim. Mas quando pensou que tudo iria melhorar, o órgão foi rejeitado e ela teve de voltar à hemodiálise. Depois de alguns anos, quando fazia os exames para novo transplante, descobriu um câncer de mama e submeteu-se ao tratamento de quimioterapia para controlar a doença.
De batalha em batalha, hoje a paciente encara a hemodiálise por um ângulo diferente, como se fosse um compromisso de trabalho, que ela executa com muita disciplina e alegria para se manter viva. “Todas as segundas, quartas e sextas me vejo trabalhando para salvar a minha vida. Esse modo de pensar deixa tudo mais leve e me deixa sempre motivada. Por isso, mantenho rigorosa disciplina com relação aos horários da hemodiálise, à alimentação, ingestão de água e sempre com bom humor”, descreve Eva.
Gratidão
Mas ela prefere mesmo é falar de agradecimento: “Primeiro aos médicos Dr. José Aluísio Vieira e Dr. Hercilio Alexandre da Luz Filho, fundadores da Pró-Rim, a razão de eu ter superado aquela fase inicial desesperadora. Também ao Dr. José Carlos Cassou, cirurgião vascular que implantou em mim a primeira fístula e que permanece até hoje com a mesma eficiência; ao Dr. Marcos Vianna pelo cuidado permanente durante todo esse tempo e à toda maravilhosa equipe técnica, em especial a enfermeira Margarete Terezinha Thol, que eu considero uma verdadeira irmã. A Fundação Pró-Rim é a minha segunda família, a que me adotou com muito amor e segurança e que vai cuidar de mim enquanto em viver”, diz a paciente emocionada.