O ator Bruno Gagliasso, protagonista da atual novela das 9 da Globo, foi internado na última terça-feira (26), para uma cirurgia de retirada de cálculo renal. O galã sofreu uma crise renal e foi levado ao Hospital Vitória, que fica na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio de Janeiro. Segundo o hospital, o quadro de Gagliasso é estável.
O que é pedra no rim?
Segundo o médico nefrologista Dr. José Aluísio Vieira, fundador da Fundação Pró-Rim, referência nacional em transplantes e doenças renais, os cálculos renais são popularmente chamados de pedra no rim. Ou seja, são formações sólidas de sais minerais e uma série de outras substâncias, como oxalato de cálcio e ácido úrico. Essas cristalizações podem migrar pelas vias urinárias causando muita dor e complicações.
O médico explica que os cálculos podem atingir os mais variados tamanhos, indo de pequenos grãos, até ocupar toda parte interna do rim (pelvis e cálices). “Eles se formam tanto nos rins quanto na bexiga. O cálculo renal é também chamado de litíase urinária ou urolitíase”, acrescenta.
Sintomas
“Cálculos podem ser assintomáticos e até passar despercebidos. Mas também podem provocar dor muito forte que começa nas costas e se irradia para o abdômen em direção à região inguinal”, explica.
“É uma dor que se manifesta em cólicas. Isto é, com um pico de dor intensa seguida de certo alívio”. Em geral, essas crises podem ser acompanhadas por náuseas e vômitos e requerem atendimento médico-hospitalar, detalha o Dr. José Aluísio.
Deve-se observar também se a cor da urina está alterada e se há muita vontade e desconforto ao urinar. Além das evidências clínicas (dor intensa e sinais de sangue na urina), cálculos renais podem ser diagnosticados por Raio X de abdômen, ultra-som, tomografia computadorizada ou pela urografia excretora, (um exame mais específico das vias urinárias) recomenda o especialista.
Causas
Estudos apontam que beber pouco líquido é uma das principais causas da ocorrência de cálculo renal. Mas várias outras razões podem levar à formação de pedra no rim, como infecções urinárias, grande quantidade de fosfatos, cálcio, oxalato, cistina ou falta de citrato. Também é levada em conta a herança genética ou alterações anatômicas no sistema urinário.
Vale ressaltar que a urina contém, naturalmente, elementos que podem se juntar e formar uma pedra, como o cálcio e o ácido úrico, que são substâncias produzidas diariamente pelo organismo e eliminadas naturalmente pela urina.
Recomendações
O médico dá dicas para prevenção: “Beba água regularmente, de dois a três litros por dia. Essa é a medida mais importante para prevenir cálculos renais. Utilize um filtro de papel quando houver a possibilidade de eliminar um cálculo. A análise de sua composição pode orientar o médico na escolha do tratamento mais adequado”. Ele alerta que o uso de medicamentos contra dor deve ser prescrito pelo médico. Alguns medicamentos são desaconselháveis para pessoas com problemas estomacais ou para gestantes.
O nefrologista também recomenda controle da ingestão de alimentos ricos em proteínas e cálcio, se os cálculos forem formados por excesso de ácido úrico ou cálcio. “Não se automedique nem faça o próprio diagnóstico. Procure atendimento médico, especialmente se tiver dores intensas nas costas ou no abdômen e sinais de sangue na urina”, enfatiza.
Tratamento
O tratamento convencional do cálculo renal consiste na ingestão de analgésico e muito líquido. Entretanto, o tratamento pode não ser eficaz e necessitar de cirurgia. Existem outras alternativas, como a litotripsia extracorpórea, e a litotripsia percutânea que consiste em submeter o paciente a ondas de choque que quebram os cálculos dentro do rim, facilitando a sua eliminação pela urina, explica o nefrologista.
“Há ainda instrumentos introduzidos pela vias urinárias e que são capazes de eliminar ou retirar as pedras sem necessidade de cirurgia. É recomendável procurar imediatamente um especialista, o nefrologista ou o urologista, pois o problema pode ter consequências sérias. Existem riscos como a obstrução total da passagem da urina e a paralisação da função renal”, conclui o médico José Aluísio Vieira.
Setor de Comunicação
27/02/2019