Márcia também participa de corridas de rua. Foi diagnosticada com câncer de mama e conta como superou este drama.
Para marcar a Semana da Enfermagem, comemorada em maio, apresentamos a história comovente de Márcia Santana dos Santos. Ela representa a superação e o recomeço de uma mulher trabalhadora na área da saúde, que cuidou de centenas de pacientes renais e sentiu na pele a dor, a angústia e a gratidão de quem vive do outro lado do “balcão”, na dependência de cuidados e dedicação diária do pessoal da enfermagem.
Márcia é técnica de enfermagem há 18 anos. Tem 50 anos, é casada e mãe de uma filha de 26 anos. Ela trabalha desde 2001 na hemodiálise da Fundação Pró-Rim. Nas horas de folga é atleta e conquistou diversas medalhas em corridas de rua. “A adrenalina da corrida sempre me fez bem e ajuda no equilíbrio para enfrentar o cotidiano”, define.
Até então, Márcia sempre foi saudável. Cuidava da saúde com exercícios físicos e alimentação equilibrada e natural. Em dezembro de 2016, num auto-exame de mama, percebeu pequena alteração nos seios, mas deixou para b
uscar recurso médico após as festas de fim de ano. Um descuido que quase lhe custou a vida.
Em março, os exames mostraram o câncer com três nódulos que se espalharam para as axilas. Foram momentos de muita insegurança com dezenas de sessões de quimioterapia e radioterapia. “O resultado foi mastectomia radical, quando o cirurgião remove a mama, a parte acima dos músculos peitorais e alguns dos linfonodos da axila”, explica. Enquanto se tratava ela teve uma infecção no pulmão, que a deixou mais fragilizada ainda. O drama de Márcia não parou por aí. Além da queda do cabelo, ela também perdeu sete quilos “mas nunca perdi a esperança de viver”, revela.
A técnica de enfermagem faz um relato emocionante sobre os cuidados que recebeu da equipe nos momentos mais dramáticos da sua doença: “Fiquei, internada no hospital por 17 dias, em estado muito grave. Mas pude ver que todos me tratavam como se fossem meu pai e minha mãe. Foram anjos enviados para me cuidar e salvar a minha vida”, diz emocionada. “Quando melhorei um pouco, fui levada para uma área externa em uma cadeira de rodas. Naquele momento, senti o calor do sol e a sensação do vento no meu rosto. Então tive a certeza que não iria morrer”.
Márcia se considera uma vencedora e quer transmitir esse otimismo para todos que a cercam, principalmente os pacientes que estão sob seus cuidados. Aos poucos está voltando a competir nas corridas e garante que já recuperou quatro quilos. Depois de tudo o que passou, revela que hoje não é mais a mesma pessoa. A receita, segundo ela é simples: “Estou muito melhor com os outros e comigo mesma. Sou mais autêntica e não escondo sentimentos nobres. Manifesto o meu amor abertamente para quem é importante para mim”.