Nesta quinta-feira (22/3) é comemorado o Dia Mundial da Água. Desnecessário enumerar a importância dela para manter o equilíbrio do planeta e o nosso organismo saudável. Agora, quando se fala em hemodiálise, a água se torna elemento imediato e insubstituível para a garantia da vida. Por isso, a Fundação Pró-Rim dá atenção Prioritária a tudo o que se relaciona com a água, inclusive com o seu reaproveitamento.
É a partir dela que ocorre a filtração do sangue nos pacientes renais. Se a água não receber tratamento correto, vários contaminantes químicos, bacteriológicos e tóxicos poderão ser transferidos para os pacientes, levando ao aparecimento de efeitos adversos, muitas vezes letais.
Para cada paciente em sessão de hemodiálise, com duração de cerca de quatro horas, são necessários 600 litros de água, desde o processo inicial. Numa conta rápida, os mil pacientes renais, que fazem hemodiálise na Pró-Rim, utilizam em apenas uma sessão, aproximadamente 600 mil litros de água. Deste volume, 60 por cento são descartados. No caso da Fundação Pró-Rim, a sobra é reutilizada em descarga de vasos sanitários, lavação de calçadas e limpeza em geral.
Segundo Maicon Aurélio de Vargas, coordenador de manutenção do tratamento de água da Fundação Pró-Rim, a água para hemodiálise precisa passar por processos físicos, químicos e bacteriológicos para garantir a sua pureza. “É um trabalho complexo, muito técnico e que exige atenção e qualidade em todas as etapas”, acrescenta Aurélio.
A coordenadora de treinamento, enfermeira Astrid Margarete Leonhardt, observa que há grande preocupação com a falta de água em determinados períodos. “Em momentos extremos tivemos que contratar caminhões tanques para garantir a hemodiálise dos nossos pacientes”, lembra. Outra situação preocupante, que pode resultar na falta de água é quando o excesso de chuva provoca cheias, diz a enfermeira.
A gerente de enfermagem, Jacemir Samerdak, compara a sessão de hemodiálise à atividade culinária de dessalgar o charque. Quer dizer, retirar todos os excessos através da água. Para isso, a água precisa estar em grau elevado de pureza, isenta de sais e microorganismos. Neste estágio, ela é imprópria para o consumo humano e cumpre a sua função de purificar o sangue. Jacemir explica que o paciente em hemodiálise tem restrição ao consumo de água. “Mas, quem não sofre dos rins deve beber entre dois a três litros de água ao longo do dia, aos poucos, mesmo sem sentir sede”.
Ela garante que o ideal é beber água da torneira, desde que ocorra manutenção regular na rede e nos reservatórios. “Muitas vezes a água mineral, parada por vários dias em galões plásticos, favorece a proliferação de microorganismos que são prejudiciais à saúde”, adverte Jacemir.