Douglas Gruner, 25 anos, é mecânico. Nos últimos anos alterou a sua rotina de vida e teve que remanejar seus horários de trabalho para levar o pai, sr. Altino, 60 anos, à hemodiálise. Faz isso três vezes por semana, na Fundação Pró-Rim, referência nacional em tratamento de doenças renais, em Joinville.
Segundo Douglas, o pai é uma pessoa muito reservada, de pouca conversa e raramente expressa as suas emoções, se separou há mais de 20 anos e mora com o filho mais velho. Não faz questão de participar de datas comemorativas. “Ele teve uma vida muito difícil e começou a trabalhar cedo, a partir dos sete anos de idade, quando vendia pasteis produzidos pelo pai dele”, relembra o filho.
Apesar desse comportamento contido do pai, Douglas lembra com carinho de alguns finais de semana marcantes quando sr. Altino encomendava pizza e reunia os três filhos. “Este era o seu jeito de nos agradar”. Nesta época, ele até conversava um pouco sobre vários assuntos, mas dormia cedo.
“Fico triste agora, ao ver meu pai doente, mas faço o melhor para ele, monitorando horários de remédios e a alimentação. Ele depende muito de mim e sinto-me como se eu fosse o pai dele”, diz.
O filho reconhece que a rotina do pai não é fácil e entende as suas dificuldades, mas procura lhe ajudar em tudo para que ele tenha mais dignidade e melhor qualidade de vida.
Douglas lembra que certo dia, ao ajudar o pai a procurar documentos antigos guardados em uma pasta, encontrou uma cartinha, escrita por ele na escola, em 1997, entregue no Dia dos Pais daquele ano. “Mostrei outra vez a carta e ele disse que se lembrava daquele dia. Embora meu pai tentasse disfarçar, senti que havia se emocionado”.
Neste domingo, Dia dos Pais, Douglas adianta que vai reunir o pai e os outros dois irmãos e preparar um churrasco, como nos velhos tempos. “Depois, vou dar um beijo e um forte abraço no meu velho e dizer que o amo, como ele é e que continua sendo muito importante na minha vida e na vida dos meus irmãos”.